domingo, 25 de julho de 2010

Teoria de Piaget

Visitar: Estágios do desenvolvimento e o Desenvolvimento da Inteligência
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Jean Piaget nasceu em Neuchâtel, Suiça em 1896 e faleceu em 1980. Escreveu mais de cinqüenta livros e monografias, tendo publicado centenas de artigos. Estudou a evolução do pensamento até a adolescência, procurando entender os mecanismos mentais que o indivíduo utiliza para captar o mundo. Como epistemólogo, investigou o processo de construção do conhecimento, sendo que nos últimos anos de sua vida centrou seus estudos no pensamento lógico-matemático.
Até o início do século XX assumia-se que as crianças pensavam e raciocinavam da mesma maneira que os adultos. A crença da maior parte das sociedades era a de que qualquer diferença entre os processos cognitivos entre crianças e adultos era sobretudo de grau: os adultos eram superiores mentalmente, do mesmo modo que eram fisicamente maiores, mas os processos cognitivos básicos eram os mesmos ao longo da vida.
Piaget, a partir da observação cuidadosa de seus próprios filhos e de muitas outras crianças, concluiu que em muitas questões cruciais as crianças não pensam como os adultos. Por ainda lhes faltarem certas habilidades, a maneira de pensar é diferente, não somente em grau, como em classe.
A teoria de Piaget do desenvolvimento cognitivo é uma teoria de etapas, uma teoria que pressupõe que os seres humanos passam por uma série de mudanças ordenadas e previsíveis.

• Pressupostos básicos de sua teoria:
o interacionismo, a idéia de construtivismo seqüencial e os fatores que interferem no desenvolvimento.
A criança é concebida como um ser dinâmico, que a todo momento interage com a realidade, operando ativamente com objetos e pessoas.
Essa interação com o ambiente faz com que construa estrutura mentais e adquira maneiras de fazê-las funcionar. O eixo central, portanto, é a interação organismo-meio e essa interação acontece através de dois processos simultâneos: a organização interna e a adaptação ao meio, funções exercidas pelo organismo ao longo da vida.

A adaptação, definida por Piaget, como o próprio desenvolvimento da inteligência, ocorre através da assimilação e acomodação. Os esquemas de assimilação vão se modificando, configurando os estágios de desenvolvimento.
Considera, ainda, que o processo de desenvolvimento é influenciado por fatores como: maturação (crescimento biológico dos órgãos), exercitação (funcionamento dos esquemas e órgãos que implica na formação de hábitos), aprendizagem social (aquisição de valores, linguagem, costumes e padrões culturais e sociais) e equilibração (processo de auto regulação interna do organismo, que se constitui na busca sucessiva de reequilíbrio após cada desequilíbrio sofrido).
A educação na visão Piagetiana: com base nesses pressupostos, a educação deve possibilitar à criança um desenvolvimento amplo e dinâmico desde o período sensório- motor até o operatório abstrato.

A escola deve partir ( ver: Piaget na Escola de Educação Infantil) dos esquemas de assimilação da criança, propondo atividades desafiadoras que provoquem desequilíbrios e reequilibrações sucessivas, promovendo a descoberta e a construção do conhecimento.
Para construir esse conhecimento, as concepções infantis combinam-se às informações advindas do meio, na medida em que o conhecimento não é concebido apenas como sendo descoberto espontaneamente pela criança, nem transmitido de forma mecânica pelo meio exterior ou pelos adultos, mas, como resultado de uma interação, na qual o sujeito é sempre um elemento ativo, que procura ativamente compreender o mundo que o cerca, e que busca resolver as interrogações que esse mundo provoca.
É aquele que aprende basicamente através de suas próprias ações sobre os objetos do mundo, e que constrói suas próprias categorias de pensamento ao mesmo tempo que organiza seu mundo. Não é um sujeito que espera que alguém que possui um conhecimento o transmita a ele por um ato de bondade.
Vamos esclarecer um pouco mais para você: quando se fala em sujeito ativo, não estamos falando de alguém que faz muitas coisas, nem ao menos de alguém que tem uma atividade observável.

O sujeito ativo de que falamos é aquele que compara, exclui, ordena, categoriza, classifica, reformula, comprova, formula hipóteses, etc... em uma ação interiorizada (pensamento) ou em ação efetiva (segundo seu grau de desenvolvimento). Alguém que esteja realizando algo materialmente, porém seguindo um modelo dado por outro, para ser copiado, não é habitualmente um sujeito intelectualmente ativo.


Principais objetivos da educação: formação de homens “criativos, inventivos e descobridores”, de pessoas críticas e ativas, e na busca constante da construção da autonomia.
Devemos lembrar que Piaget não propõe um método de ensino, mas, ao contrário, elabora uma teoria do conhecimento e desenvolve muitas investigações cujos resultados são utilizados por psicólogos e pedagogos.
Desse modo, suas pesquisas recebem diversas interpretações que se concretizam em propostas didáticas também diversas.
Implicações do pensamento piagetiano para a aprendizagem
• Os objetivos pedagógicos necessitam estar centrados no aluno, partir das atividades do aluno.
• Os conteúdos não são concebidos como fins em si mesmos, mas como instrumentos que servem ao desenvolvimento evolutivo natural.
• primazia de um método que leve ao descobrimento por parte do aluno ao invés de receber passivamente através do professor.
• A aprendizagem é um processo construído internamente.
• A aprendizagem depende do nível de desenvolvimento do sujeito.
• A aprendizagem é um processo de reorganização cognitiva.
• Os conflitos cognitivos são importantes para o desenvolvimento da aprendizagem.
• A interação social favorece a aprendizagem.
• As experiências de aprendizagem necessitam estruturar-se de modo a privilegiarem a colaboração, a cooperação e intercâmbio de pontos de vista na busca conjunta do conhecimento.
Autonomia para Piaget
Jean Piaget, na sua obra discute com muito cuidado a questão da autonomia e do seu desenvolvimento. Para Piaget a autonomia não está relacionada com isolamento (capacidade de aprender sozinho e respeito ao ritmo próprio - escola comportamentalista), na verdade entende Piaget que o florescer do pensamento autônomo e lógico operatório é paralelo ao surgimento da capacidade de estabelecer relações cooperativas. Quando os agrupamentos operatórios surgem com as articulações das intuições, a criança torna-se cada vez mais apta a agir cooperativamente.
No entender de Piaget ser autônomo significa estar apto a cooperativamente construir o sistema de regras morais e operatórias necessárias à manutenção de relações permeadas pelo respeito mútuo.

Jean Piaget caracterizava “Autonomia como a capacidade de coordenação de diferentes perspectivas sociais com o pressuposto do respeito recíproco”. (Kesselring T. Jean Piaget. Petrópolis: Vozes, 1993:173-189).
Para Piaget (1977), a constituição do princípio de autonomia se desenvolve juntamente com o processo de desenvolvimento da autoconsciência. No início, a inteligência está calcada em atividades motoras, centradas no próprio indivíduo, numa relação egocêntrica de si para si mesmo. É a consciência centrada no eu. Nessa fase a criança joga consigo mesma e não precisa compartilhar com o outro. É o estado de anomia. A consciência dorme, diz Piaget, ou é o indivíduo da não consciência. No desenvolvimento e na complexificação das ações, o indivíduo reconhece a existência do outro e passa a reconhecer a necessidade de regras, de hierarquia, de autoridade. O controle está centrado no outro. O indivíduo desloca o eixo de suas relações de si para o outro, numa relação unilateral, no sentido então da heteronomia. A verdade e a decisão estão centradas no outro, no adulto. Neste caso a regra é exterior ao indivíduo e, por conseqüência, sagrada A consciência é tomada emprestada do outro. Toda consciência da obrigação ou do caráter necessário de uma regra supõe um sentimento de respeito à autoridade do outro. Na autonomia, as leis e as regras são opções que o sujeito faz na sua convivência social pela auto-determinação. Para Piaget, não é possível uma autonomia intelectual sem uma autonomia moral, pois ambas se sustentam no respeito mútuo, o qual, por sua vez, se sustenta no respeito a si próprio e reconhecimento do outro como ele mesmo.
A falta de consciência do eu e a consciência centrada na autoridade do outro impossibilitam a cooperação, em relação ao comum pois este não existe. A consciência centrada no outro anula a ação do indivíduo como sujeito. O indivíduo submete-se às regras, e pratica-as em função do outro. Segundo Piaget este estágio pode representar a passagem para o nível da cooperação, quando, na relação, o indivíduo se depara com condições de possibilidades de identificar o outro como ele mesmo e não como si próprio. (PIAGET, Jean. Biologia e conhecimento. Porto: Rés Editora, 1978).
“Na medida em que os indivíduos decidem com igualdade - objetivamente ou subjetivamente, pouco importa - , as pressões que exercem uns sobre os outros se tornam colaterais. E as intervenções da razão, que Bovet tão justamente observou, para explicar a autonomia adquirida pela moral, dependem, precisamente, dessa cooperação progressiva. De fato, nossos estudos têm mostrado que as normas racionais e, em particular, essa norma tão importante que é a reciprocidade, não podem se desenvolver senão na e pela cooperação. A razão tem necessidade da cooperação na medida em que ser racional consiste em ‘se’ situar para submeter o individual ao universal. O respeito mútuo aparece, portanto, como condição necessária da autonomia, sobre o seu duplo aspecto intelectual e moral. Do ponto de vista intelectual, liberta a criança das opiniões impostas, em proveito da coerência interna e do controle recíproco. Do ponto de vista moral, substitui as normas da autoridade pela norma imanente à própria ação e à própria consciência, que é a reciprocidade na simpatia.” (Piaget, 1977:94). (PIAGET, Jean. O julgamento moral na criança. Editora Mestre Jou. São Paulo, 1977).
Como afirma Kamii, seguidora de Piaget, “A essência da autonomia é que as crianças se tornam capazes de tomar decisões por elas mesmas. Autonomia não é a mesma coisa que liberdade completa. Autonomia significa ser capaz de considerar os fatores relevantes para decidir qual deve ser o melhor caminho da ação. Não pode haver moralidade quando alguém considera somente o seu ponto de vista. Se também consideramos o ponto de vista das outras pessoas, veremos que não somos livres para mentir, quebrar promessas ou agir irrefletidamente”
(Kamii C. A criança e o número. Campinas: Papirus).
Kamii também coloca a autonomia em uma perspectiva de vida em grupo. Para ela, a autonomia significa o indivíduo ser governado por si próprio. É o contrário de heteronomia, que significa ser governado pelos outros. A autonomia significa levar em consideração os fatores relevantes para decidir agir da melhor forma para todos. Não pode haver moralidade quando se considera apenas o próprio ponto de vista.
Algumas diferenças entre Piaget e Vygotsky
Um dos pontos divergentes entre Piaget e Vygostky parece estar basicamente centrado na concepção de desenvolvimento. A teoria piagetiana considera-o em sua forma retrospectiva, isto é, o nível mental atingido determina o que o sujeito pode fazer. A teoria vygostkyana, considera-o na dimensão prospectiva, ou seja, enfatiza que o processo em formação pode ser concluído através da ajuda oferecida ao sujeito na realização de uma tarefa.
Enquanto Piaget não aceita em suas provas “ajudas externas”, por considerá-las inviáveis para detectar e possibilitar a evolução mental do sujeito, Vygotsky não só as aceita, como as considera fundamentais para o processo evolutivo.
Se em Piaget deve-se levar em conta o desenvolvimento como um limite para adequar o tipo de conteúdo de ensino a um nível evolutivo do aluno, em Vygotsky o que tem que ser estabelecido é uma seqüência que permita o progresso de forma adequada, impulsionando ao longo de novas aquisições, sem esperar a maduração “mecânica” e com isso evitando que possa pressupor dificuldades para prosperar por não gerar um desequilíbrio adequado. É desta concepção que Vygotsky afirma que a aprendizagem vai à frente do desenvolvimento.
Assim, para Vygotsky, as potencialidades do indivíduo devem ser levadas em conta durante o processo de ensino-aprendizagem. Isto porque, a partir do contato com uma pessoa mais experiente e com o quadro histórico-cultural, as potencialidades do aprendiz são transformadas em situações que ativam nele esquemas processuais cognitivos ou comportamentais, ou de que este convívio produza no indivíduo novas potencialidades, num processo dialético contínuo. Como para ele a aprendizagem impulsiona o desenvolvimento, a escola tem um papel essencial na construção desse ser; ela deveria dirigir o ensino não para etapas intelectuais já alcançadas, mas sim, para etapas ainda não alcançadas pelos alunos, funcionando como incentivadora de novas conquistas, do desenvolvimento potencial do aluno.
Vera Lúcia Camara F. Zacharias é mestre em educação, pedagoga, diretora de escola aposentada, com vasta experiência na área educacional em geral, e, em especial na implantação de Cursos Técnicos de Nível Médio e pós-médio, assessoria e capacitação de profissionais para a utilização de novas tecnologias aplicadas à educação e alfabetização.
Visitar: Estágios do desenvolvimento e o Desenvolvimento da Inteligência
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ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO
Para Piaget os estágios e períodos do desenvolvimento caracterizam as diferentes maneiras do indivíduo interagir com a realidade, ou seja, de organizar seus conhecimentos visando sua adaptação, constituindo-se na modificação progressiva dos esquemas de assimilação. Os estágios evoluem como uma espiral, de modo que cada estágio engloba o anterior e o amplia. Piaget não define idades rígidas para os estágios, mas sim que estes se apresentam em uma seqüência constante.
Ângela M. Brasil Biaggio, em Psicologia do Desenvolvimento, Petrópolis, Vozes, 1976, traça um esquema muito claro do desenvolvimento intelectual, segundo Piaget, discorrendo sobre os estágios propostos por ele:
1. Estágio sensorio-motor, mais ou menos de 0 a 2 anos: a atividade intelectual da criança é de natureza sensorial e motora. A principal característica desse período é a ausência da função semiótica, isto é, a criança não representa mentalmente os objetos. Sua ação é direta sobre eles. Essas atividades serão o fundamento da atividade intelectual futura. A estimulação ambiental interferirá na passagem de um estágio para o outro.
2. Estágio pré-operacional, mais ou menos de 2 a 6 anos: (Biaggio destaca que em algumas obras Piaget engloba o estágio pré-operacional como um subestágio do estágio de operações concretas): a criança desenvolve a capacidade simbólica; “já não depende unicamente de suas sensações, de seus movimentos, mas já distingue um significador(imagem, palavra ou símbolo) daquilo que ele significa(o objeto ausente), o significado”. Para a educação é importante ressaltar o caráter lúdico do pensamento simbólico.
Este período caracteriza-se: pelo egocentrismo: isto é, a criança ainda não se mostra capaz de colocar-se na perspectiva do outro, o pensamento pré-operacional é estático e rígido, a criança capta estados momentâneos, sem juntá-los em um todo; pelo desequilíbrio: há uma predominância de acomodações e não das assimilações; pela irreversibilidade: a criança parece incapaz de compreender a existência de fenômenos reversíveis, isto é, que se fizermos certas transformações, somos capazes de restaurá-las, fazendo voltar ao estágio original, como por exemplo, a água que se transforma em gelo e aquecendo-se volta à forma original.
3. Estágio das operações concretas, mais ou menos dos 7 aos 11 anos: a criança já possui uma organização mental integrada, os sistemas de ação reúnem-se em todos integrados. Piaget fala em operações de pensamento ao invés de ações. É capaz de ver a totalidade de diferentes ângulos. Conclui e consolida as conservações do número, da substância e do peso. Apesar de ainda trabalhar com objetos, agora representados, sua flexibilidade de pensamento permite um sem número de aprendizagens.
4. Estágio das operações formais, mais ou menos dos 12 anos em diante: ocorre o desenvolvimento das operações de raciocínio abstrato. A criança se liberta inteiramente do objeto, inclusive o representado, operando agora com a forma (em contraposição a conteúdo), situando o real em um conjunto de transformações. A grande novidade do nível das operações formais é que o sujeito torna-se capaz de raciocinar corretamente sobre proposições em que não acredita, ou que ainda não acredita, que ainda considera puras hipóteses. É capaz de inferir as conseqüências.
Tem início os processos de pensamento hipotético-dedutivos.















O DESENVOLVIMENTO DA INTELIGÊNCIA
• Conceitos fundamentais no desenvolvimento da inteligência
o a hereditariedade: herdamos um organismo que amadurece em contato com o meio ambiente, uma série de estruturas biológicas que favorecem o aparecimento das estruturas mentais. Como conseqüência inferimos que a qualidade da estimulação interferirá no processo de desenvolvimento da inteligência.
o a adaptação: possibilita ao indivíduo responder aos desafios do ambiente físico e social. Dois processos compõem a adaptação, ou seja, a assimilação (uso de uma estrutura mental já formada) e a acomodação (processo que implica a modificação de estruturas já desenvolvidas para resolver uma nova situação).
o os esquemas: constituem a nossa estrutura básica. Podem ser simples, como por exemplo, uma resposta específica a um estímulo-sugar o dedo quando ele encosta nos lábios, ou, complexos, como o modo de solucionarmos problemas matemáticos. Os esquemas estão em constante desenvolvimento e permitem que o indivíduo se adapte aos desafios ambientais.
o a equilibração das estruturas cognitivas: o desenvolvimento consiste em uma passagem constante de um estado de equilíbrio para um estado de desequilíbrio. É um processo de auto regulação interna.
A assimilação e a acomodação são mecanismos do equilíbrio.

De acordo com as possibilidades de entendimento construídas pelo sujeito, ele tende a assimilar idéias, mas, caso estas estruturas não estejam ainda construídas, acontece um esforço contrário ao da assimilação. Há uma modificação de hipóteses e concepções anteriores que vão ajustando-se àquilo que não foi possível assimilar. É o que ele chama de acomodação, onde o sujeito age no sentido de transformar-se em função das resistências colocadas pelo objeto do conhecimento.
O desequilíbrio é portanto fundamental, pois, o sujeito buscará novamente o reequilíbrio, com a satisfação da necessidade, daquilo que ocasionou o desequilíbrio.
Piaget aborda a inteligência como algo dinâmico, que decorre da construção de estruturas de conhecimento que, enquanto vão sendo construídas, vão se instalando no cérebro. A inteligência portanto, não aumenta por acréscimo e sim por reorganização.
Para ele o desenvolvimento da inteligência é explicada pela relação recíproca existente com a gênese da inteligência e do conhecimento. Piaget criou um modelo epistemológico com base na interação sujeito - objeto.
Pelo modelo epistemológico o conhecimento não está nem no sujeito, nem no objeto mas na interação entre ambos.

Fonte: Guia Curricular de Matemática, vol 1, p. 30


Formas do conhecimento
Para Piaget existem duas formas de conhecimento:
1- conhecimento físico- consiste no sujeito explorando os objetos;
Para construir conhecimento físico é necessário a existência de uma estrutura lógico-matemática, de modo a colocar novas observações em relação com o conhecimento que já existe.
2- conhecimento lógico- matemático- consiste no sujeito estabelecendo novas relações com os objetos. Relações estas que não têm existência na realidade externa, está na mente do SUJEITO.
Em síntese, inteligência é um processo ativo de interação entre sujeito e objeto, a partir de ações que iniciam no organismo biológico e chegam à operações reversíveis entre o sujeito e sua relação com os objetos, por tanto é algo construído e em permanente processo de transformação.
Resumo dos tipos de conhecimento, segundo Piaget

Fonte: extraído do livro GCM - Procap – Matemática – SEE/MG, p. 33
Vera Lúcia Camara F. Zacharias é mestre em educação, pedagoga, diretora de escola aposentada, com vasta experiência na área educacional em geral, e, em especial na implantação de Cursos Técnicos de Nível Médio e pós-médio, assessoria e capacitação de profissionais para a utilização de novas tecnologias aplicadas à educação e alfabetização.

PIAGET/ESCOLA EDUCAÇÃO INFANTIL
Uma escola que se diz fundamentada na teoria de Jean Piaget, deve ter sua prática pedagógica, orientada por alguns princípios básicos:

Ação- as crianças conhecem os objetos usando-os. Um esquema é aplicado a vários objetos e vários esquemas são aplicados ao mesmo objeto.

Representação- toda atividade deve ser representada, de modo a permitir que a criança manifeste o seu simbolismo.

Atividades Grupais- o desenvolvimento da criança acontece no contato e na interação com outras crianças, daí a necessidade da promoção de atividades em grupo. Não se trata aqui da concepção comum do trabalho em grupo (que a escola interpretou como um grupo de alunos obrigados a trabalhar em conjunto). Piaget pressupõe que o grupo se forme espontaneamente e que o tema pesquisado seja como um verdadeiro problema do grupo. Cabe ao professor criar as situações problemáticas, mais nunca impor um tema.

Organização - é adquirida através da atividade. É fazendo a atividade que a criança se organiza.

Professor problematizador - o professor é o desafiador da criança, ele cria dificuldades e problemas. Em escolas com essa fundamentação, a pré-escola não é um passatempo, e sim, um espaço que permite a diversificação e ampliação das experiências das crianças, promovendo a sua autonomia.

Áreas do conhecimento integradas- no currículo da pré-escola de orientação fundada nas teorias piagetianas, as diferentes áreas do conhecimento são integradas. O eixo central desse currículo são as atividades. Segundo Schliemann(1992) in Novas Contribuições da Psicologia aos Processos de Ensino-Aprendizagem- Cortez Editora, entre os princípios recomendados por Piaget para a educação matemática tem-se que “... a criança é sempre mais capaz de compreender e fazer na ação do que de expressar verbalmente e conscientemente os princípios nos quais se baseiam suas ações...”.
Vera Lúcia Camara F. Zacharias é mestre em educação, pedagoga, diretora de escola aposentada, com vasta experiência na área educacional em geral, e, em especial na implantação de Cursos Técnicos de Nível Médio e pós-médio, assessoria e capacitação de profissionais para a utilização de novas tecnologias aplicadas à educação e alfabetização.





O JOGO SIMBÓLICO
O jogo simbólico é a representação corporal do imaginário, e apesar de nele predominar a fantasia, a atividade psico-motora exercida acaba por prender a criança à realidade. Na sua imaginação ela pode modificar sua vontade, usando o “faz de conta”, mas quando expressa corporalmente as atividades, ela precisa respeitar a realidade concreta e as relações do mundo real. Por essa via, quando a criança estiver mais velha, é possível estimular a diminuição da atividade centrada em si própria, para que ela vá adquirindo uma socialização crescente.
As características dos jogos simbólicos são:
• liberdade de regras (menos as criadas pela criança);
• desenvolvimento da imaginação e da fantasia;
• ausência de objetivo explícito ou consciente para a criança;
• lógica própria com a realidade;
• assimilação da realidade ao “eu”.

No jogo simbólico a criança sofre modificações, a medida que vai progredindo em seu desenvolvimento rumo à intuição e à operação. E finalmente, numa tendência imitativa, a criança busca coerência com a realidade.
Na pré-escola, o raciocínio lógico ainda não é suficiente para que ela dê explicações coerentes a respeito de certas coisas. O poder de fantasiar ainda prepondera sobre o poder de explicar. Então, pelo jogo simbólico, a criança exercita não só sua capacidade de pensar ou seja, representar simbolicamente suas ações, mas também, suas habilidades motoras, já que salta, corre, gira, transporta, rola, empurra, etc. Assim é que se transforma em pai/mãe para seus bonecos ou diz que uma cadeira é um trem. Didaticamente devemos explorar com muita ênfase as imitações sem modelo, as dramatizações, os desenhos e pinturas, o faz de conta, a linguagem, e muito mais, permitir que realizem os jogos simbólicos, sozinhas e com outras crianças, tão importantes para seu desenvolvimento cognitivo e para o equilíbrio emocional.


Piaget:

Descreve quatro estruturas básicas de jogos infantis, que vão se sucedendo e se sobrepondo nesta ordem:
Jogo de exercício, Jogo simbólico/dramático, Jogo de construção, Jogo de regras.
A importância do jogo de regras, é que quando a criança aprende a lidar com a delimitação, no espaço, no tempo, no tipo de atividade válida, o que pode e o que não pode fazer, garante-se uma certa regularidade que organiza a ação tornando-a orgânica.

O valor do conteúdo de um jogo deve ser considerado em relação ao estágio de desenvolvimento em que se encontra a criança, isto é, como a criança adquire conhecimento e raciocina.
Constance Kamiie:
Cita alguns critérios para que um jogo possa ser útil no processo educacional:
- Proposição de alguma coisa interessante e desafiadora para as crianças resolverem.
-Permitir que as crianças possam se auto-avaliar quanto a seu desempenho.
-Permitir que todos os jogadores possam participar ativamente, do começo ao fim do jogo.





O jogo para Vygotsky
Vygotsky estabelece uma relação estreita entre o jogo e a aprendizagem, atribuindo-lhe uma grande importância. Para que possamos melhor compreender essa importância é necessário que recordemos alguma idéias de sua teoria do desenvolvimento cognitivo. A principal é que o desenvolvimento cognitivo resulta da interação entre a criança e as pessoas com quem mantém contato regulares.
Convém lembrar também que o principal conceito da teoria de Vygotsky é o de Zona de Desenvolvimento Proximal, que ele define como a diferença entre o desenvolvimento atual da criança e o nível que atinge quando resolve problemas com auxílio, o que leva à conseqüência de que as crianças podem fazer mais do que conseguiriam fazer por si sós.
“No desenvolvimento a imitação e o ensino desempenham um papel de primeira importância. Põem em evidência as qualidades especificamente humanas do cérebro e conduzem a criança a atingir novos níveis de desenvolvimento. A criança fará amanhã sozinha aquilo que hoje é capaz de fazer em cooperação. Por conseguinte, o único tipo correto de pedagogia é aquele que segue em avanço relativamente ao desenvolvimento e o guia; deve ter por objetivo não as funções maduras, mas as funções em vias de maturação” (Vygotsky, 1979:138).
Não é o caráter de espontaneidade do jogo que o torna uma atividade importante para o desenvolvimento da criança, mas sim, o exercício no plano da imaginação da capacidade de planejar, imaginar situações diversas, representar papéis e situações do cotidiano, bem como, o caráter social das situações lúdicas, os seus conteúdos e as regras inerentes à cada situação.
Também não é todo jogo da criança que possibilita a criação de uma Zona de Desenvolvimento Proximal, do mesmo modo que nem todo o ensino o consegue; porém, no jogo simbólico, normalmente, as condições para que ela se estabeleça estão presentes, haja vista que nesse jogo estão presentes uma situação imaginária e a sujeição a certas regras de conduta. As regras são parte integrantes do jogo simbólico, embora, não tenham o caráter de antecipação e sistematização como nos jogos habitualmente “regrados”.
Ao desenvolver um jogo simbólico a criança ensaia comportamentos e papéis, projeta-se em atividades dos adultos, ensaia atitudes, valores, hábitos e situações para os quais não está preparada na vida real, atribuindo-lhes significados que estão muito distantes das suas possibilidades efetivas. A atuação nesse mundo imaginário cria uma Zona de Desenvolvimento Proximal formada por conceitos ou processos em desenvolvimento.
Podemos sintetizar dizendo que: a regra e a situação imaginária caracterizam o conceito de jogo infantil para Vygotsky.
O autor também detecta no jogo outro elemento a que atribui grande importância: o papel da imaginação que coloca em estreita relação com a atividade criadora. (Vygotsky, 1999). Ele afirma que os processos de criação são observáveis principalmente nos jogos da criança, porque no jogo ela representa e produz muito mais do que aquilo que viu.
“Todos conhecemos o grande papel que nos jogos da criança desempenha a imitação, com muita freqüência estes jogos são apenas um eco do que as crianças viram e escutaram aos adultos, não obstante estes elementos da sua experiência anterior nunca se reproduzem no jogo de forma absolutamente igual e como acontecem na realidade. O jogo da criança não é uma recordação simples do vivido, mas sim a transformação criadora das impressões para a formação de uma nova realidade que responda às exigências e inclinações da própria criança” (Vygotsky , 1999:12).
Diferenças entre Vygotsky e Piaget
Esta idéia de transformação criadora é completamente diferente da idéia de Piaget de assimilação do real ao eu. Tanto em Vygotsky como em Piaget se fala numa transformação do real por exigência das necessidades da criança, mas enquanto que para Piaget a imaginação da criança não é mais do que atividade deformante da realidade, para Vygotsky a criança cria (desenvolve o comportamento combinatório) a partir do que conhece, das oportunidades do meio e em função das suas necessidades e preferências.
Como afirma Palangana (1994) as concepções de Vigostky e Piaget quanto ao papel do jogo no desenvolvimento cognitivo diferem radicalmente. Para Piaget (1975) no jogo prepondera a assimilação, ou seja, a criança assimila no jogo o que percebe da realidade às estruturas que já construiu e neste sentido o jogo não é determinante nas modificações das estruturas. Para Vygotsky o jogo proporciona alteração das estruturas.
De acordo com as concepções de Vygotsky, uma prática pedagógica adequada perpassa não somente por deixar as crianças brincarem, mas, fundamentalmente por ajudar as crianças a brincar, por brincar com as crianças e até mesmo por ensinar as crianças a brincar.

Bibliografia
PALANGANA, I. C. (1994) – “Desenvolvimento & aprendizagem em Piaget e Vygotsky (a relevância do social)” – São Paulo: Plexus.
PIAGET (1975) – A formação do símbolo na criança . Rio de Janeiro: Zahar Editores.
VYGOTSKY, L. S. (1999) – Imaginación y creación en la edad infantil. La Habana: Editorial Pueblo y Educación.
Vera Lúcia Camara F. Zacharias é mestre em educação, pedagoga, diretora de escola aposentada, com vasta experiência na área educacional em geral, e, em especial na implantação de Cursos Técnicos de Nível Médio e pós-médio, assessoria e capacitação de profissionais para a utilização de novas tecnologias aplicadas à educação e alfabetização.
















TEORIAS PIAGETIANAS
A teoria de Piaget do desenvolvimento cognitivo é uma teoria de etapas, uma teoria que pressupõe que os seres humanos passam por uma série de mudanças ordenadas e previsíveis.
• Pressupostos básicos de sua teoria:
o interacionismo, a idéia de construtivismo seqüencial e os fatores que interferem no desenvolvimento.
A criança é concebida como um ser dinâmico, que a todo momento interage com a realidade, operando ativamente com objetos e pessoas.
Essa interação com o ambiente faz com que construa estrutura mentais e adquira maneiras de fazê-las funcionar. O eixo central, portanto, é a interação organismo-meio e essa interação acontece através de dois processos simultâneos: a organização interna e a adaptação ao meio, funções exercidas pelo organismo ao longo da vida.
A adaptação, definida por Piaget, como o próprio desenvolvimento da inteligência, ocorre através da assimilação e acomodação. Os esquemas de assimilação vão se modificando, configurando os estágios de desenvolvimento.
Considera, ainda, que o processo de desenvolvimento é influenciado por fatores como: maturação (crescimento biológico dos órgãos), exercitação (funcionamento dos esquemas e órgãos que implica na formação de hábitos), aprendizagem social (aquisição de valores, linguagem, costumes e padrões culturais e sociais) e equilibração (processo de auto regulação interna do organismo, que se constitui na busca sucessiva de reequilíbrio após cada desequilíbrio sofrido).
A educação na visão Piagetiana: com base nesses pressupostos, a educação deve possibilitar à criança um desenvolvimento amplo e dinâmico desde o período sensório- motor até o operatório abstrato.
A escola deve partir ( ver: Piaget na Escola de Educação Infantil) dos esquemas de assimilação da criança, propondo atividades desafiadoras que provoquem desequilíbrios e reequilibrações sucessivas, promovendo a descoberta e a construção do conhecimento.
Para construir esse conhecimento, as concepções infantis combinam-se às informações advindas do meio, na medida em que o conhecimento não é concebido apenas como sendo descoberto espontaneamente pela criança, nem transmitido de forma mecânica pelo meio exterior ou pelos adultos, mas, como resultado de uma interação, na qual o sujeito é sempre um elemento ativo, que procura ativamente compreender o mundo que o cerca, e que busca resolver as interrogações que esse mundo provoca.
É aquele que aprende basicamente através de suas próprias ações sobre os objetos do mundo, e que constrói suas próprias categorias de pensamento ao mesmo tempo que organiza seu mundo. Não é um sujeito que espera que alguém que possui um conhecimento o transmita a ele por um ato de bondade.
Vamos esclarecer um pouco mais para você: quando se fala em sujeito ativo, não estamos falando de alguém que faz muitas coisas, nem ao menos de alguém que tem uma atividade observável.
O sujeito ativo de que falamos é aquele que compara, exclui, ordena, categoriza, classifica, reformula, comprova, formula hipóteses, etc... em uma ação interiorizada (pensamento) ou em ação efetiva (segundo seu grau de desenvolvimento). Alguém que esteja realizando algo materialmente, porém seguindo um modelo dado por outro, para ser copiado, não é habitualmente um sujeito intelectualmente ativo.
Principais objetivos da educação: formação de homens “criativos, inventivos e descobridores”, de pessoas críticas e ativas, e na busca constante da construção da autonomia.
Devemos lembrar que Piaget não propõe um método de ensino, mas, ao contrário, elabora uma teoria do conhecimento e desenvolve muitas investigações cujos resultados são utilizados por psicólogos e pedagogos.
Desse modo, suas pesquisas recebem diversas interpretações que se concretizam em propostas didáticas também diversas.
Implicações do pensamento piagetiano para a aprendizagem
• Os objetivos pedagógicos necessitam estar centrados no aluno, partir das atividades do aluno.
• Os conteúdos não são concebidos como fins em si mesmos, mas como instrumentos que servem ao desenvolvimento evolutivo natural.
• primazia de um método que leve ao descobrimento por parte do aluno ao invés de receber passivamente através do professor.
• A aprendizagem é um processo construído internamente.
• A aprendizagem depende do nível de desenvolvimento do sujeito.
• A aprendizagem é um processo de reorganização cognitiva.
• Os conflitos cognitivos são importantes para o desenvolvimento da aprendizagem.
• A interação social favorece a aprendizagem.
• As experiências de aprendizagem necessitam estruturar-se de modo a privilegiarem a colaboração, a cooperação e intercâmbio de pontos de vista na busca conjunta do conhecimento.
Autonomia para Piaget
Jean Piaget, na sua obra discute com muito cuidado a questão da autonomia e do seu desenvolvimento. Para Piaget a autonomia não está relacionada com isolamento (capacidade de aprender sozinho e respeito ao ritmo próprio - escola comportamentalista), na verdade entende Piaget que o florescer do pensamento autônomo e lógico operatório é paralelo ao surgimento da capacidade de estabelecer relações cooperativas. Quando os agrupamentos operatórios surgem com as articulações das intuições, a criança torna-se cada vez mais apta a agir cooperativamente.
No entender de Piaget ser autônomo significa estar apto a cooperativamente construir o sistema de regras morais e operatórias necessárias à manutenção de relações permeadas pelo respeito mútuo.
Jean Piaget caracterizava “Autonomia como a capacidade de coordenação de diferentes perspectivas sociais com o pressuposto do respeito recíproco”. (Kesselring T. Jean Piaget. Petrópolis: Vozes, 1993:173-189).
Para Piaget (1977), a constituição do princípio de autonomia se desenvolve juntamente com o processo de desenvolvimento da autoconsciência. No início, a inteligência está calcada em atividades motoras, centradas no próprio indivíduo, numa relação egocêntrica de si para si mesmo. É a consciência centrada no eu. Nessa fase a criança joga consigo mesma e não precisa compartilhar com o outro. É o estado de anomia. A consciência dorme, diz Piaget, ou é o indivíduo da não consciência. No desenvolvimento e na complexificação das ações, o indivíduo reconhece a existência do outro e passa a reconhecer a necessidade de regras, de hierarquia, de autoridade. O controle está centrado no outro. O indivíduo desloca o eixo de suas relações de si para o outro, numa relação unilateral, no sentido então da heteronomia. A verdade e a decisão estão centradas no outro, no adulto. Neste caso a regra é exterior ao indivíduo e, por conseqüência, sagrada A consciência é tomada emprestada do outro. Toda consciência da obrigação ou do caráter necessário de uma regra supõe um sentimento de respeito à autoridade do outro. Na autonomia, as leis e as regras são opções que o sujeito faz na sua convivência social pela auto-determinação. Para Piaget, não é possível uma autonomia intelectual sem uma autonomia moral, pois ambas se sustentam no respeito mútuo, o qual, por sua vez, se sustenta no respeito a si próprio e reconhecimento do outro como ele mesmo.
A falta de consciência do eu e a consciência centrada na autoridade do outro impossibilitam a cooperação, em relação ao comum pois este não existe. A consciência centrada no outro anula a ação do indivíduo como sujeito. O indivíduo submete-se às regras, e pratica-as em função do outro. Segundo Piaget este estágio pode representar a passagem para o nível da cooperação, quando, na relação, o indivíduo se depara com condições de possibilidades de identificar o outro como ele mesmo e não como si próprio. (PIAGET, Jean. Biologia e conhecimento. Porto: Rés Editora, 1978).
“Na medida em que os indivíduos decidem com igualdade - objetivamente ou subjetivamente, pouco importa - , as pressões que exercem uns sobre os outros se tornam colaterais. E as intervenções da razão, que Bovet tão justamente observou, para explicar a autonomia adquirida pela moral, dependem, precisamente, dessa cooperação progressiva. De fato, nossos estudos têm mostrado que as normas racionais e, em particular, essa norma tão importante que é a reciprocidade, não podem se desenvolver senão na e pela cooperação. A razão tem necessidade da cooperação na medida em que ser racional consiste em ‘se’ situar para submeter o individual ao universal. O respeito mútuo aparece, portanto, como condição necessária da autonomia, sobre o seu duplo aspecto intelectual e moral. Do ponto de vista intelectual, liberta a criança das opiniões impostas, em proveito da coerência interna e do controle recíproco. Do ponto de vista moral, substitui as normas da autoridade pela norma imanente à própria ação e à própria consciência, que é a reciprocidade na simpatia.” (Piaget, 1977:94). (PIAGET, Jean. O julgamento moral na criança. Editora Mestre Jou. São Paulo, 1977).
Como afirma Kamii, seguidora de Piaget, “A essência da autonomia é que as crianças se tornam capazes de tomar decisões por elas mesmas. Autonomia não é a mesma coisa que liberdade completa. Autonomia significa ser capaz de considerar os fatores relevantes para decidir qual deve ser o melhor caminho da ação. Não pode haver moralidade quando alguém considera somente o seu ponto de vista. Se também consideramos o ponto de vista das outras pessoas, veremos que não somos livres para mentir, quebrar promessas ou agir irrefletidamente”
(Kamii C. A criança e o número. Campinas: Papirus).
Kamii também coloca a autonomia em uma perspectiva de vida em grupo. Para ela, a autonomia significa o indivíduo ser governado por si próprio. É o contrário de heteronomia, que significa ser governado pelos outros. A autonomia significa levar em consideração os fatores relevantes para decidir agir da melhor forma para todos. Não pode haver moralidade quando se considera apenas o próprio ponto de vista.
Algumas diferenças entre Piaget e Vygotsky
Um dos pontos divergentes entre Piaget e Vygostky parece estar basicamente centrado na concepção de desenvolvimento. A teoria piagetiana considera-o em sua forma retrospectiva, isto é, o nível mental atingido determina o que o sujeito pode fazer. A teoria vygostkyana, considera-o na dimensão prospectiva, ou seja, enfatiza que o processo em formação pode ser concluído através da ajuda oferecida ao sujeito na realização de uma tarefa.
Enquanto Piaget não aceita em suas provas “ajudas externas”, por considerá-las inviáveis para detectar e possibilitar a evolução mental do sujeito, Vygotsky não só as aceita, como as considera fundamentais para o processo evolutivo.
Se em Piaget deve-se levar em conta o desenvolvimento como um limite para adequar o tipo de conteúdo de ensino a um nível evolutivo do aluno, em Vygotsky o que tem que ser estabelecido é uma seqüência que permita o progresso de forma adequada, impulsionando ao longo de novas aquisições, sem esperar a maduração “mecânica” e com isso evitando que possa pressupor dificuldades para prosperar por não gerar um desequilíbrio adequado. É desta concepção que Vygotsky afirma que a aprendizagem vai à frente do desenvolvimento.
Assim, para Vygotsky, as potencialidades do indivíduo devem ser levadas em conta durante o processo de ensino-aprendizagem. Isto porque, a partir do contato com uma pessoa mais experiente e com o quadro histórico-cultural, as potencialidades do aprendiz são transformadas em situações que ativam nele esquemas processuais cognitivos ou comportamentais, ou de que este convívio produza no indivíduo novas potencialidades, num processo dialético contínuo. Como para ele a aprendizagem impulsiona o desenvolvimento, a escola tem um papel essencial na construção desse ser; ela deveria dirigir o ensino não para etapas intelectuais já alcançadas, mas sim, para etapas ainda não alcançadas pelos alunos, funcionando como incentivadora de novas conquistas, do desenvolvimento potencial do aluno.
Vera Lúcia Camara F. Zacharias é mestre em educação, pedagoga, diretora de escola aposentada, com vasta experiência na área educacional em geral, e, em especial na implantação de Cursos Técnicos de Nível Médio e pós-médio, assessoria e capacitação de profissionais para a utilização de novas tecnologias aplicadas à educação e alfabetização.

Jogos para os dias de chuva

Jogos para dias de chuva

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Fonte bibliográfica (adaptação):

Educação Física no cotidiano escolar,

Solange Valadares e Rogéria Araújo, Editora Fapi.

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1. O QUE NÃO COMBINA?

♥ Formação: Na sala de aula, o professor fará uma rodinha, com os alunos sentados.

♥ Desenvolvimento: O professor conversa com as crianças e explica que falará quatro coisas para que elas descubram uma que não combina.

Exemplos:

- boneca, bola, botão, peteca.

- sapato, tênis, bota, sabão.

- violeta, margarida, batata, rosa.

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2. MEU ESPELHO

♥ Formação: em duplas.

♥ Desenvolvimento: O professor explica que uma das crianças será o espelho do outro (a que imitará os gestos), isto é, todo gesto que um fizer, seu par deverá imitá-lo. O professor dá um sinal de início para começar a brincadeira. Sugestão: use música instrumental com ritmos variados para deixar a brincadeira mais divertida. Depois, o professor pedirá para que as crianças troquem os papéis.

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3. PROCURAR OS PARCEIROS

♥ Formação: as crianças ficarão espalhadas na sala.

♥ Desenvolvimento: O professor seleciona diversas gravuras (colar em cartolina) e recorta-as de forma que formem vários quebra-cabeças. No verso das peças de cada um dos quebra-cabeças, o professor utiliza um sinal (ou número) para marcar; observando que cada quebra-cabeça deverá ter um sinal diferente. Misturar as peças e distribuir uma para cada criança. Ao dar um sinal, as crianças observarão o sinal atrás de sua peça e deverão procurar os colegas que possuem as peças com o mesmo sinal, agrupando-se em algum espaço pela sala. As crianças deverão montar o quebra-cabeça.

Sugestão: use música instrumental como "marcadora" do tempo da atividade.

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4. O BARQUINHO

♥ Formação: crianças em roda ou em seus lugares. Precisa de um barquinho de papel.

♥ Desenvolvimento: O professor explica a brincadeira que consiste em repetir uma frase completando-a de acordo com o combinado: - " Lá vai o barquinho carregado de ...". Exemplo: frutas, flores, animais, etc.

A criança que recebe o barquinho, repete a frase acrescentando no final a "carga" que foi combinada (de acordo com a categoria estabelecida) e passa para o colega ao lado. E assim, sucessivamente, passando o barquinho de criança para criança, até que se esgote o que levar no barquinho.

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5. O BARBANTE MALUCO

♥ Formação: duas equipes de crianças em fila. Dois rolos de barbante.

♥ Desenvolvimento: Explicar a brincadeira antes. Ao sinal do professor, a primeira criança de cada equipe, passará o barbante pela sua cintura, dando três voltas, e entregará o rolo ao colega de trás, que fará o mesmo, e assim por diante, até chegar à última criança da equipe.

Quando a última terminar, começará a deserolar o barbante da cintura, enrolando-o outra vez no rolo, e assim sucessivamente, até chegar de novo na primeira criança. Será vencedora a equipe que apresentar ao professor o rolo de barbante novamente enrolado.

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6. ADIVINHE O OBJETO

♥ Formação: As crianças em roda ou em seus lugares.

♥ Desenvolvimento: Uma das crianças fica do lado de fora da sala. O professor combina com as crianças qual OBJETO da sala que o colega deverá descobrir. Após combinarem, o professor pede à criança que volte e lhe diz que, após fazer perguntas aos colegas, deverá tentar descobrir qual foi o objeto escolhido pela turma.

Só poderão ser feitas perguntas como:

- Ele é grande ou pequeno?

- É pesado ou leve?

- Qual é sua cor?

- É de algum colega da sala?

- É comprido ou curto?

Depois das respostas, a criança poderá fazer três tentativas de acerto. Se conseguir acertar, poderá escolher seu substituto; caso contrário, deverá pagar uma prenda (fazer uma imitação, cantar, etc). A brincadeira é reiniciada com a escolha de outro objeto.

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7. BARRACA DE FRUTAS

♥ Formação: crianças à vontade na sala, sentadas, se possível em roda.

♥ Desenvolvimento: Cada criança receberá um número (prender na roupa de forma que todos possam ver o número). Uma criança inicia a brincadeira dizendo:

" - Vendo frutas e tenho 12 maçãs na minha barraca."

A criança que tem o número 12 levanta-se e responde:

" - Engana-se, senhor, há 9 maçãs (ou outro número) em sua barraca."

Será a vez da criança com o número 9 ficar de pé e repetir a frase, falando outro número.

E assim por diante, até que todas tenham participado. A última criança a falar deverá dizer:

"- Senhor, não há mais maçãs em sua barraca."

Os números não poderão ser repetidos. Por isso, as crianças deverão ficar atentas!!!

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8. O CHAPÉU DO MANOEL

♥ Formação: As crianças ficam sentadas em rado, no centro da roda fica o professor.

♥ Desenvolvimento: Explicar as regras antes do jogo. A criança não poderá rir e nem falar, somente negar, balançando a cabeça, e apontar para outro colega.

O professor diz às crianças:

"- O senhor Manoel perdeu seu chapéu. Ele disse que uma criança achou e escondeu em sua casa. O senhor Manoel não sabe quem foi, mas eu estou achando que foi (diz o nome de uma criança)", e aponta para a criança na rodinha.

A criança não poderá rir, nem falar, somente negar (balançando a cabeça) e aponta para outro colega. O colega, por sua vez, deverá ter a mesma reação, e assim por diante.

A primeira criança que rir, ou falar, ou demorar a responder com a cabeça, pagará uma prenda, ou esperará a próxima rodada.

SUGESTÃO PARA EDUCAÇÃO INFANTIL

SUGESTÕES DE ATIVIDADES PARA TRABALHAR COM EDUCAÇÃO INFANTIL

Berçário
Posso me movimentar?
Objetivos:
# Perceber que o nosso corpo bem como o dos animais possui partes que permitem realizar movimentos.
# Entender a importância dos movimentos corretos e harmônicos para a estabilidade física, psicológica e social do nosso corpo.

Diálogo:
# Como vem para a escola?
# Quem traz?
# Como o pai ou a mãe trazem a criança (de bicicleta, de carro, a pé)?
# Mora perto ou longe da escola?
# Mamãe trabalha fora? Onde?
# Tem irmãozinhos? Quantos?

Canto:
Todos os patinhos
Sabem bem nadar,
Sabem bem nadar,
Cabeça para baixo
Rabinho para o ar. (BIS)
Quando estou com frio
Da água vou sair,
Da água vou sair,
Depois em grande fila
Pro ninho eu quero ir. (BIS)

Coreografia:
# As crianças andam em círculo, param, baixam a cabeça e, com as mãos para trás, fazem o movimento do rabinho, continuam girando e depois, caminhando como patinho vão seguindo um atrás do outro.
# Banheira com água, colocar pato de borracha ou plástico, e cantar.
Durante o canto, observar como as crianças estão realizando os movimentos.
Localização:
Quais as partes do corpo que eles movimentaram durante a cantiga?
Exemplos – mãozinha – para que serve?
- cabeça – (idem)
# Para que serve seu pezinho, sua mão, seus olhos, sua boca, suas orelhas...
Ciências:
# Traçar um paralelo entre a alimentação dos patinhos e das crianças.
Matemática:
# Confeccionar um painel onde apareçam patinhos, (asas e pés), lago, borboletas voando (alto e baixo), pássaros, etc.
# Cantar a música.
# Quantos patinhos estavam nadando?
# Quantos pés os patos têm?
# Quantas asinhas cada pato tem?
# E assim sucessivamente.

Educação Física:
# Andar de gatinhas, circulando ou passando por baixo de obstáculos. Exemplo: caminhas, cadeiras, arcos da linha movimento;
# Esticar-se e deixar que um colega o ajude a rolar como se estivesse enrolando e desenrolando um tapete. Alteram-se as funções de cada participante;
# Usando todo o corpo, com as palmas das mãos voltadas para frente e no chão, arrastar-se como cobra (utilizar as mãozinhas e os pezinhos da linha movimento);
# Imitar os animais (pato, gato, cachorrinho...);
# Trabalhar com a cabeça e o pescoço, levantar, abaixar, virar para o lado da janela, da porta;
# Mover as partes da face (os olhos, a língua, passar a língua ao redor dos lábios);
# Mover-se para a frente e para trás puxando um material;
# Jogos de caretas: na frente de um espelho, fazer caretas, experimentando várias expressões.

Produção Textual e Artes
# Encenar a música com gestos;
# Fazer um quebra-cabeças com o corpo humano e com animais;
# Sugestões: brincadeiras livres com jogos de encaixe, cachorro, tartaruga, palhaço.

2 – 4 anos
Eu posso me movimentar?
Objetivo:
# Perceber que o nosso corpo possui partes que permitem realizarmos movimentos;
# Entender a importância dos movimentos corretos e harmônicos para a estabilidade física, psicológica e social do nosso corpo.

Diálogo:
# O professor deverá conversar informalmente com as crianças sobre como elas vêm para a escola (a pé, de carro, de ônibus...), observando a movimentação deles na sala de aula e as brincadeiras;
# Questionar como são as brincadeiras deles, do que brincam, ressaltando a importância de nos movimentarmos.

Canto
Cinco patinhos foram passear
Além das montanhas para brincar
A mamãe gritou quá, quá, quá, quá
Mas só quatro patinhos voltaram de lá.
Quatro patinhos foram passear
Além das montanhas para brincar
A mamãe gritou quá, quá, quá, quá
Só três patinhos voltaram de lá.
Três patinhos foram passear
Além das montanhas para brincar
A mamãe gritou quá, quá, quá, quá
Só dois patinhos voltaram de lá.
Dois patinhos foram passear
Além das montanhas para brincar
A mamãe gritou quá, quá, quá, quá
Mas só um patinho voltou de lá.
Um patinho foi passear
Além das montanhas para brincar
A mamãe gritou quá, quá, quá, quá
E nenhum patinho voltou de lá.
Puxa, mamãe patinha ficou tão triste naquele dia
Aonde será que estavam os seus filhotinhos?
Mas esta história vai ter um final feliz.
Sabe por quê?
A mamãe patinha foi procurar
Além das montanhas, na beira do mar
A mamãe gritou quá, quá, quá, quá
E cinco patinhos voltaram de lá.

Coreografia:
# cinco patinhos – mostrar os cinco dedos.
# foram passear – movimento da mão e braço direito como se fosse uma cobrinha.
# além das montanhas para brincar – mão direita atrás da nuca.
# a mamãe falou quá, quá, quá, quá – abrir e fechar dos dedos.
# só quatro patinhos voltaram de lá – mostrar quatro dedos.
# e assim consecutivamente...
(durante o canto, observar como as crianças estão realizando os movimentos).
LOCALIZAÇÃO (questionamento oral e gestual).
* Quais as partes do nosso corpo que se movimenta?
Educação Física
# andar com passo de gigante, de anão...
# marchar com passo de pato, pernas bem esticadas;
# imitar o andar de um patinho, de cócoras – imitar o andar da mamãe pata, de cócoras (diferenciando maior e menor);
# imitar outros bichos;
# imitar o andar e sons imitidos.
* Quais as partes do corpo que movimentamos durante a cantiga?
* Vamos repetir a cantiga fazendo gestos?

Confeccionar um painel contendo:
- uma paisagem com montanhas, lago e campo (importante: um bolso atrás da montanha) - mamãe pata e os cinco patinhos (com velcro, personagens móveis).
Matemática:
Utilizando o painel confeccionado, cantar novamente a cantiga, enfocando a linguagem matemática (adição, subtração, multiplicação...).

Ciências:
Exploração do painel:
# ambiente em que os patos vivem e em que nós vivemos;
# alimentação (fazendo paralelo: patos e nós);
# cuidados – relação pais/filhos;
# partes do corpo;
# corpo coberto de penas, para que elas servem – vestuário.

Produção textual:
# ilustrar
# recortar a história (a professora escrever o que as crianças contam)
# podem criar outros personagens, obstáculos...
# imaginar o que tinha atrás da montanha
# o que será que a pata fez quando voltou com os cinco patinhos?
# etc.

Artes:
# trabalhos de colagem, pintura com lápis de cor, giz de cera, tinta (patinho, mamãe pata, montanha, lago, etc...). Montar a paisagem com as figuras distribuídas às crianças. Deixar que falem a respeito.

5 – 6 anos
EU SOU ASSIM
Objetivo: perceber-se como um todo, identificando suas partes e respectivas funções, pelo conhecimento, organização, integração e expressão de seu esquema corporal.
1ª parte (motivação)
Diálogo
A professora deverá incentivar as crianças a conterem sobre o seu desenvolvimento, livre e espontaneamente.
Canto
Agora eu quero ver
I
Agora eu quero ver
Quem consegue me acompanhar
Mexendo a cabecinha
Muito bem vou continuar.
II
Agora eu quero ver
Quem consegue me acompanhar
Mexendo a boquinha
Muito bem vou terminar.
Coreografia:
Formada a roda as crianças cantam e, ao citar cada parte do corpo, deverão mexê-la.
Ao comando de um líder é repetida a canção, modificando-se a parte do corpo citado.

Localização:
Exercícios (sob forma de perguntas e respostas gestuais).
# O que diz meu corpo?
- Meu pescoço diz que vai cair de um lado para outro.
- Minha diz que vai cair de um lado para outro.
- Minha boca diz que vai fechar com força e depois abrir lentamente.
- Meu nariz diz que vai cheirar.
- Meus ouvidos dizem que vão escutar.
- Meus pés dizem sim e dizem não (movimento para cima e para baixo e de um lado para o outro).
# Que fazem minhas pernas?
- andam devagar, andam depressa, correm, pulam, se dobram, se esticam.
- Fazem bicicleta (deitado, movimenta as pernas flexionando-as e estendendo-as).
- Fazem tesoura (deitado eleva e abaixa as pernas, verticalmente, alternando as pernas).

Exercícios:
(Sob a forma de perguntas e respostas – imitações)
# Quem é capaz de caminhar como a mamãe?
# Quem é capaz de caminhar como o papai?
# Quem é capaz de caminhar como a vovó?
# Quem é capaz de engatinhar como o nenê?
# Quem é capaz de rola como o gatinho?
# Quem é capaz de saltar como o sapo?
# Quem é capaz de lançar um pratinho de papelão bem longe?
# O que dizem meus ombros?
- Não sei. Não me interesso (levanta e baixa os ombros).
- Estou cansado! (baixa os ombros).
- Que frio! (ombros para frente).
- Que calor! (ombros para trás).
- Sou forte! (levanta os braços flexionando com as mãos fechadas).
# O que fazem meus braços?
- Imitam os pássaros voando.
- Movem-se para andar.
- Abraçam meus amiguinhos.
- Embalam o nenê.
# O que dizem e fazem as minhas mãos?
- Olá! (introduzir – Bom dia! - Boa tarde! - Boa noite! Movimento de abano).
- Vamos abrir a porta? (movimento rotativo da mão de fora para dentro).
- Vamos fechar a porta? (movimento rotativo da mão de fora para dentro, virando a palma da mão para baixo).

Bonequinho de Pau
Eu sou um bonequinho de pau, de pau,
Que mexe os bracinhos assim, assim
Eu sou bonequinho de pau.
Coreografia:
Formada a roda as crianças cantam, e ao citar cada parte do corpo deverão mexê-la.
Ao comando de um líder é repetida a canção, modificando-se a parte do corpo citada.
Quadrilha
“Cada mão tem cinco dedos
médio, indicador e anular
o menor chama-se mínimo
e o mais grosso polegar”.
Obs.: à medida que os dedos são citados, eles devem ser mostrados.

“Este foi ao mato (apresenta o mínimo)
Este ajudou (apresenta o anular)
Este achou um ovo (apresenta o médio)
Este fritou (apresenta o indicador)
E este... papou”! (apresenta o polegar)
# Ilustrar as quadrilhas.

Enigma matemático
Esta é uma
mãozinha.
Você lembra
o nome dos dedinhos?
Em uma mão
tenho_________
dedos.
Dobrei 1 dedo,
que é o dedo
maior, chamado
________________.
Depois dobrei mais 2
dedos, o vizinho do dedo
médio e do polegar, chamado
de ________, e o dedo menor,
chamado de ___________.
Ficaram __________ dedos.
# Montar um quebra-cabeça do esquema corporal.
# Distribuir para crianças uma parte do corpo de uma figura humana (cabeça) e solicitar que completem a figura.
OS 3 EIXOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL
O currículo da Educação Infantil está estruturando em 3 eixos básicos:
→ o brincar
→ o movimento
→ o conhecimento de si e do outro
Berçário OBJETIVOS CONTEÚDOS
# Incentivar as vocalizações e as silabações da criança e outros sons da linguagem imitando-a e levando-a a fazer auto-imitação;
# Acompanhar linguagem verbal;
# Aceitar que fale errado, mas repetir de Expressão Oral


forma correta o que falou;
# Desenvolver hábitos sociais (cumprimentar na chegada e despedir-se na saída);
# Falar com diferentes entonações de voz para a criança imitar.
# Acompanhar a linguagem de gestos;
# Solicitar verbalmente que realize uma ação dentro do seu contexto;
# Dar ordens simples, uma de cada vez para que a criança a realize;
# Estimular a criança a expressar suas vontades combinando gestos com palavras. Expressão Corporal
# Mostrar objetos às crianças e ajudá-las na movimentação do mesmo para tomar a forma dos mesmos;
# Brincar com a criança levando-a a imitar atitudes da vida diária;
# Acompanhar músicas infantis com gestos. Dramatização
# Colocar a criança em frente ao espelho pedindo que mostre alguns elementos do seu corpo;
# Estimular a aprendizagem dizendo para a criança para que serve seu pezinho, sua mão, seus olhos... Conhecimentos do Corpo
# Proporcionar que ouça músicas, versinhos infantis;
# Tocar músicas calmas na hora de dormir para que a criança tenha um sono mais tranquilo. Hábitos de saúde mental
# Mostrar objetos familiares dizendo seu nome e falando sobre eles, estimulando a visão e a audição;
# Oferecer revistas e livrinhos com gravuras de objetos familiares;
# Oferecer variedades de objetos multicoloridos e de várias texturas para a criança segurar;
# Oferecer à criança quando pequena a estimulação tátil; segurando-a no colo, para tocar, afagar. Estimulação dos órgãos do sentido
# Brincar de esconde-esconde;
# Bater palmas acompanhando as canções;
# Desenvolver hábitos sociais (jogar beijinhos). Expressão Corporal
# Brincar com brinquedos onde a criança possa puxar o cordão;
# Empurrar e puxar caixas e outros objetos. Movimento com o corpo em atividades amplas
# Manipular os blocos lógicos ou materiais que possibilitam agrupamentos. Sereações Variadas

MATERNAL “A” DE 2 A 3 ANOS OBJETIVOS CONTEÚDOS
# Incluir um alimento de cada grupo na alimentação diária, ensinando hábitos de higiene e boas maneiras durante as refeições. Boas maneiras
# Procurar somar as diferenças alimentares incentivando o consumo de frutas, legumes e verduras. Alimentação
# Estimular a formação de hábitos de higiene e corporal, ambiental e alimentar. Higiene: maneira correta de escovação, após as refeições.
# Desenvolver a habilidade de apresentar idéias e saber ouvi-los, ampliando o vocabulário da criança, favorecendo seu relacionamento social. Expressão oral
# Executar movimentos com o corpo e membros superiores e inferiores. Movimentos com o corpo e membros (andar, subir, enrolar-se, correr, puxar, empurrar, arrastar).
# Expressar-se corporalmente, oralmente e através de grafismos. Expressão corporal, oral e através de grafismo (rabiscar, folhar, imitar, contar, dançar, conversar).
# Criar hábitos de socialização, higiene mental e física. Saúde mental e física (ouvir, emprestar, usar o vaso sanitário, vestir-se).
Desenvolver a capacidade de interagir no meio, reconhecendo hábitos e normas. Socialização, independência no comportamento (localizar-se no ambiente, conhecer as pessoas de convívio diário, controlar as emoções e sentimentos aceitando a ausência dos pais durante o período que permanece na escola).
# Identificar e classificar através de comparações. Órgãos do sentido: tamanho, cor, forma, posição, espessura, maior, menor.
# Identificar e diferenciar os fenômenos da natureza. Fenômenos da natureza: chuva, sol, vento, nuvem...
# Identificar e diferenciar semelhanças e diferenças entre os animais. Tipos de animais.
os pequenos músculos (rasgar, picotar, estalar dedos). Atividades motoras finas.
# Reconhecer o valor das amizades, desenvolvendo assim a participação no grupo que ajuda a controlar a ausência dos pais acostumando a criança na permanência na escola. Interpretação e socialização.
# Expressar pensamentos em sequencia lógica, acompanhando ritmos, comparando cores, etc. Atividades sensoriais, sequência lógica.
# Desenvolver a atenção, a discriminação visual, através de desenhos, tempo e outros materiais disponíveis. Relação visual.
# Identificar sabores, comparando-os em doce, salgado, azedo, amargo. Relação gustativa.
# Reconhecer objetos por meio de sensações táteis, evocando a memória e a imaginação. Relação tátil.
# Desenvolver através de brincadeiras de relação tátil, o senso de pesado, leve, grande e pequeno. Tamanho e peso.
# Identificar e imitar objetos e animais, ou pessoas existentes no meio. Jogos de imitação.
# Descobrir semelhanças e diferenças entre as diferentes formas geométricas. Formas geométricas.
# Desenvolver o senso auditivo, discriminando vários tipos de sons e ritmos. Audição.
# Reconhecer o ambiente em sua volta, identificando suas dependências. Percepção visual.
# Identificar as estações do ano, relacionando com acontecimentos referentes a cada um;
# Desenhar e escrever do jeito que a criança sabe.
Diferenciar desenhos da escrita. Estações do ano.
# Conhecer as cores primárias, (azul, vermelho, amarelo). Cores primárias.
Ajuntar / separar, abrir / fechar, encaixar os objetos.
# Conceituar: maior/menor, grosso/fino, cheio/vazio, áspero/liso, duro/mole, quente/ frio, dentro/fora, depressa/devagar, rápido/lento, alto/baixo, leve/pesado, etc. Tamanho, cor, forma, posição, espessura, comprimento.
# Comparar seres e objetos colocando-os em ordem e graduando-os de acordo com suas diferenças.
# Desenvolver a criatividade (inventando histórias, dramatizando, fazendo construções, pintando, desenhando, dançando, cantando). Classificação e seriação.

Eliane Reis Pera

Música Dengue

Música A barata diz que tem

1.O MOSQUITO DIZ QUE QUER

COM UM BEIJO LHE AGRADAR

É MENTIRA DO MOSQUITO

ELE QUER LHE ATACAR

AH! AH! AH!

OH! OH! OH!

ELE QUER LHE ATACAR



2.O MOSQUITO DIZ QUE VAI

UM DIA LHE CONQUISTAR

É MENTIRA DO MOSQUITO

ELE QUER É LHE PICAR

AH! AH! AH!

OH! OH! OH!

ELE QUER É LHE PICAR



3.ESSA FÊMEA TÃO LEVADA

DIZ QUE N’ÁGUA VAI BRINCAR

É MENTIRA DA VAMPIRA

ELA VAI É PROCRIAR

AH! AH! AH!

OH! OH! OH!

ELA VAI É PROCRIAR.





4.SÓ DEZ DIAS É QUE GASTAM

OS OVINHOS PRÁ CHOCAR

FIQUE ESPERTO E SE CUIDE

PARA O MOSQUITO MACHUCAR

HÁ! AH! AH!

OH! OH! OH!

PARA O MOSQUITO MACHUCAR



5.NOS PNEUS, GARRAFAS VELHAS

ÁGUA LIMPA E PARADA

LÁ ESTÁ O GRANDE PERIGO

A LARVINHA ESGANADA

AH! AH! AH!

OH! OH! OH!

A LARVINHA ESGANADA!





6.O MOSQUITO DIZ QUE A DENGUE

VAI LHE DAR É MUITO AMOR

É MENTIRA DO MOSQUITO

ELE TRAZ É MUITA DOR

AH! AH! AH!

OH! OH! OH!

ELE TRAZ É MUITA DOR.

Autora: Marta Bernardes